A gestão feminina no setor automotivo

perspectivas de gestoras e funcionários de uma empresa de Minas Gerais

Autores

  • June Marize Castro Silva Universidade Estadual de Montes Claros
  • Nathália Oliva Gonçalves Universidade Estadual de Montes Claros
  • Simarly Maria Soares Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.18696/reunir.v15i1.1701

Palavras-chave:

gestão feminina, gênero, recursos humanos

Resumo

A reflexão acerca da participação das mulheres gestoras no setor automobilístico leva às discussões das pressões sociais em ambientes de trabalho tratados culturalmente como masculinos. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção das gestoras e seus funcionários acerca da gestão feminina em uma empresa do setor automobilístico no município de Montes Claros – Minas Gerais. A pesquisa é exploratório-descritivo com abordagem quali-quantitativo, por meio do uso de entrevistas semiestruturadas aplicadas a quatro gestoras e de questionários para cinquenta e sete colaboradores. Como resultados, as mulheres gestoras demonstraram que se sentem reconhecidas e felizes pelo nível hierárquico e pelas atribuições de gestão que conquistaram. Em suma, as gestoras inseridas nesse âmbito organizacional podem se considerar privilegiadas no que tange à percepção dos colaboradores a suas gestões em relação aos contextos divergentes que são vivenciados por outras mulheres. Percebe-se que as mulheres que ocupam cargos de gestão enfrentam desafios diversos na rotina organizacional que não se limitam somente a liderar trabalhadores do sexo masculino. Especificamente nesse contexto, elas mostraram que existem desafios que vão além das questões de gênero, englobando a motivação e satisfação da equipe aliados à tentativa de alcançar uma gestão participativa e humanitária. Foi possível identificar barreiras sendo derrubadas nessa empresa aliada a uma nova cultura de inclusão do gênero feminino nos cargos de gestão, que vem sendo disseminada pela alta direção e, no momento, encontra-se em processo de transformação entre seus funcionários produtivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Araújo, A. Gama, F. Picanço, & I. Cano. (2018). Evolução das percepções de gênero, trabalho e família no Brasil: 2003-2016. In C. Araújo, A. Gama, F. Picanço, & I. Cano (Orgs.), Gênero, família e trabalho no Brasil (pp. 15-45). Rio de Janeiro: Gramma.

Automotive Business. (2019). Estudo diversidade no setor automotivo. São Paulo. 1-69.https://wllcdn.automotivebusiness.com.br/abnews/filer_public/a1/9f/a19f8aed-ac70-4ec481cfc6fbc85d4db7/diversidade_no_setor_automotivo_2019.pdf.

Baquero, J., Guataquí, J., & Sarmiento, L. (2000). Un marco analítico de la discriminación laboral: teorías, modalidades y estudios para Colombia. Economia: Borradores de Investigacion, 8, 1-31.

Barbará, S. (2008). Gestão por processos: fundamentos, técnicas e modelos de implementação. Qualitymark. 1.

Barros, A. M. de. Discriminação no emprego por motivo de sexo. (2020). In Renault, L. O. L., Viana, M. T., CANTELLI, P.O. Discriminação (2a ed.). LTr.

Biroli, F. (2010). Mulheres e política nas notícias: Estereótipos de gênero e competência política. Revista crítica de ciências sociais, 90, 45-69.

Bonome, J. B. V. (2009). Teoria geral da administração. Iesde Brasil SA.

Ceribeli, H. B., Rocha, G. B. de S., Pereira, M. R. (2017). Mulheres em cargos de chefia: desafios e percepções. Diálogo, 36.

Chávez, N. M. e Ríos, H. (2014). Discriminación salarial por género “efecto techo de cristal”. Caso: siete áreas metropolitanas de Colômbia. Dimensión Empresarial. 12(2), 29-45.

Cisne, M. (2014). Feminismo e consciência de classe no Brasil. Cortez Editora.

Creswell, J. W. (2010). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. John Wiley & Sons.

Cuadra Palma, L. N., & Restrepo Quintero, K. (2020). The mutation of the Chilean corporate habitus based on two metaphors for female leadership. Revista Cientifica General Jose Maria Cordova, 18 (30), 461-476.

G.L.D’Alonso, (2008). Trabalhadoras brasileiras e a relação com o trabalho: trajetórias e travessias. Psicologia para a América Latina México, 15. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2008000400003.

Diehl, B. T., Senna, T. S. (2016). A construção da identidade da mulher no espaço público: um processo relacionado ao poder. Revista Humanidades, Fortaleza, 31(1), 23-41. https://periodicos.unifor.br/rh/article/view/4832.

Espíndola, G. (2013). A trajetória do poder da mulher: do lar ao mercado de trabalho. Curso de especialização em gestão de equipes. http://pt.slideshare.net/eudelucy/a-trajetria-do-poder-da-mulher-do-lar-aomercado-de-trabalho.

Ferreira, J. B., Sadoyama, A. S. P., Correia, A. F. C., & Gomes, P. A. T. D. P. (2015). Diversidade e gênero no contexto organizacional: um estudo bibliométrico. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração,9 (3), 45-66.

Ferreira, M. C. (2011). A ergonomia da atividade pode promover a qualidade de vida no trabalho?: Reflexões de natureza metodológica. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 11(1), 8-20.

Freire, N. (2007). In: Frossard, H. Instrumentos internacionais de Direitos das Mulheres. Brasília. D.F.: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 9-12. https://assets-compromissoeatitude-ipg.sfo2.digitaloceanspaces.com/2012/08/SPM_instrumentosinternacionaisdireitosdasmulheres.pdf.

Garcia, L. D. S., & Conforto, E. (2012). A inserção feminina no mercado de trabalho urbano brasileiro e renda familiar. Saúde em Debate, 36(95), 523-532. http://cdn.fee.tche.br/jornadas/2/H7-03.pdf.

Gil, A. C. (2019). Como elaborar projetos de pesquisa (6a ed.). São Paulo: Atlas.

Gipson, A. N., Pfaff, D. L., Mendelsohn, D. B., Catenacci, L. T., & Burke, W. W. (2017). Women and leadership: Selection, development, leadership style, and performance. The Journal of Applied Behavioral Science, 53(1), 32-65.

Guedes, M. C. (2008). Mulheres de alta escolaridade: repensando a relação entre maternidade e mundo do trabalho. XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambú. Associação Brasileira de Estudos Populacionais, Belo Horizonte, Brasil.

Hirata, H., & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de pesquisa, 37, 595-609. http://scielo.br/pdf/cp/v37n132/a0537132.

Hirata, H., & Kergoat, D. (2021). Atualidade da divisão sexual e centralidade do trabalho das mulheres. Revista de Ciências Sociais-Política & Trabalho,[SL],53, 22-34.

Hryniewicz, L. G. C., & Vianna, M. A. (2018). Mulheres em posição de liderança: obstáculos e expectativas de gênero em cargos gerenciais. Cadernos Ebape.br, 16, 331-344.

Kergoat, D. (2009). Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In Hirata, H., Laborie, F., Doaré, H. le, & Senotier, D. Dicionário crítico do feminismo. UNESP.

Knechtel, M. do R. (2014) Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-prática dialogada. Intersaberes.

Likert, R. (1932). A technique for the measurement of attitudes. Archives of psychology.

Lima, L. C. D. (2010). Idade materna e mortalidade infantil: efeitos nulos, biológicos ou socioeconômicos. Revista Brasileira de Estudos de População, 27, 211-226.

Lima, L. L. de B. (2011). A masculinização da mulher líder no Brasil: quatro estudos sobre estereótipos de gênero e protótipos de liderança. Tese de Doutorado.

Lira, J. (2015). Motivação no trabalho: um estudo de caso em uma instituição de ensino federal (Monografia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lume repositório digital. www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/131488/000976193.pdf?sequence.

Loden, M. (1988). Liderança feminina: como ter sucesso nos negócios sendo você mesma. Bandeirnte.

Marrugo-Salas, L. (2016). El acceso de la mujer a cargos de toma de decisiones en las empresas colombianas que cotizan en bolsa. Entramado, 12(1), 108-120.

Mendonça, L. K., de Lima Nascimento, T. R., & da Silva, R. M. (2014). Mulheres na Engenharia: desafios encontrados desde a universidade até o chão de fábrica na Engenharia de Produção na Paraíba. 18 REDOR, Recife, PE, Brasil. http://www.ufpb.br/evento/index.php/18redor/18redor/paper/viewFile/1938/852.

Miles, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman Jr, H. J. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of management review, 3(3), 546-562.

Muchinsky, P. M. (2004). Psicologia Organizacional. Pioneira Thompson Learning.

Oliveira, L. M. de, Perez Jr, J. H.; & Silva, C. A. dos S. (2010). Controladoria estratégica. (6a ed.). Atlas.

Oliveira, Z. L. C. D., & Olinto, G. (2004). A inserção no trabalho segundo a condição na família: dados da PNAD 2001 para o Brasil urbano. Mulher e trabalho, 4. 31-44. http://ridi.ibict.br/handle/123456789/79.

Prado Gonçalves, E. B., Espejo, M. M. S. B., Altoé, S. M. L., & Voese, S. B. (2016). Gestão da diversidade: um estudo de gênero e raça em grandes empresas brasileiras. Enfoque: Reflexão Contábil, 35(1), 95-112.

Rocha-Coutinho, M. L. (2013). A difícil arte de harmonizar família, trabalho e vida pessoal. Casal e família: transmissão, conflito e violência. 13-33.

Rodrigues, S. C., & Silva, G. R. D. (2015). A liderança feminina no mercado de trabalho. Revista digital de Administração, 1(4), 1-12.

Roebuck, A., Thomas, A., & Biermeier-Hanson, B. (2019). Organizational culture mitigates lower ratings of female supervisors. Journal of Leadership & Organizational Studies, 26(4), 454-464.

Rosenthal, R., & Rezende, D. (2017). Mulheres cientistas: um estudo sobre os estereótipos de gênero das crianças acerca de cientistas. Seminário Internacional Fazendo Gênero, 11, 1-12. http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1498780727_ARQUIVO_TrabalhocompletoRenataRosenthal.pdf.

Samuelson, H. L., Levine, B. R., Barth, S. E., Wessel, J. L., & Grand, J. A. (2019). Exploring women's leadership labyrinth: effects of hiring and developmental opportunities on gender stratification. The Leadership Quarterly, 30(6), 101314.

Santos, A. J. R. (2008). Gestão estratégica: conceitos, modelos e instrumentos. Escolar Editora.

Santos, J. C. S., & Antunes, E. D. D. (2012). Relações de Gêneros nas Organizações: a construção de estereótipos de liderança masculina e feminina no judiciário de Rondônia. Revista de Administração e Negócios da Amazônia, 4(3), 171-189.

Seggiaro, F. B. (2017). Mulheres no Mercado de Trabalho: Análise das dificuldades de gênero enfrentadas pelas mulheres do século XXI. Revista Metodista de Administração do Sul, 2(2), 83-107.

Silva, C. R. R. D., Carvalho, P. M. D., & Silva, E. L. D. (2017). Liderança feminina: a imagem da mulher atual no mercado corporativo das organizações brasileiras. Educação, Gestão e Sociedade, 7(25), 1-12.

Silva, G. C. C. da, Santos, L. M., Teixeira, L. A. (2005). A mulher e sua posição na sociedade da antiguidade aos dias atuais. Revista SBPH, 8(2), 65-76.

Silva, S. G. D. (2010). Preconceito e discriminação: as bases da violência contra a mulher. Psicologia: ciência e profissão, 30, 556-571.

Sorj, B.; Hirata, H. Introdução. (2019). In Maruani, M. Trabalho, logo existo: perspectivas feministas. FGV Editora.

Vieira, A., Monteiro, P. R. R., Carrieri, A. D. P., Guerra, V. D. A., & Brant, L. C. (2019). Um estudo das relações entre gênero e âncoras de carreira. Cadernos EBAPE. BR, 17, 577-589.

Women in business 2022. (2022). Opening the door to diverse talent. Grant Thornton. https://www.grantthornton.global/en/insights/women-in-business-2022/.

Yukl, G. (1989). Managerial leadership: A review of theory and research. Journal of management, 15(2), 251-289.

Zanin, E. R. M., Machado, N. S., & Sehnem, S. (2011). Comportamento estratégico segundo a teoria de Miles e Snow: estudo de caso em agroindústria do Oeste de Santa Catarina. Revista Gestão Organizacional, Chapecó, 4(2), 170-196.

Publicado

2025-08-17

Como Citar

Castro Silva, J. M., Oliva Gonçalves, N. ., & Soares, S. M. (2025). A gestão feminina no setor automotivo: perspectivas de gestoras e funcionários de uma empresa de Minas Gerais. REUNIR Revista De Administração Contabilidade E Sustentabilidade, 15(1), 49-61. https://doi.org/10.18696/reunir.v15i1.1701

Edição

Seção

Artigos científicos